A dor de dar adeus a quem se ama.
Tantas famílias já perderam seus entes na Pandemia do novo Corona vírus. Traz a necessidade de falarmos desse assunto que a maioria de nós evita, o luto.
Um sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém, é o significado que carrega essa pequena palavra. E com ela muitos questionamentos: Existe um tempo para se viver um luto? Existe uma forma de viver isso de uma forma saudável? Como ajudar alguém que está passando por isso?
Essa experiência de despedida é vivida de maneiras diferentes em cada cultura e até dentro de cada filosofia ou religião. Mas para a maioria das pessoas é um momento triste de fim de um ciclo, que dá lugar as lembranças da experiências que tiveram.
De acordo com a psicóloga Donata R. S. Hamada o luto é “Um conjunto de sentimentos, pensamentos e emoções que interferem no físico e emocional quando perdemos algo ou alguém querido” e por mais dolorosa que seja essa fase, ela precisa ser vivida, até para que a pessoa consiga seguir com a sua vida depois.
Ainda segundo a especialista “O luto é um processo natural, assim como “um curativo” necessário para curarmos nossas feridas após uma perda. É extremamente necessário passar por esse processo de cicatrização e adaptação”
O luto tem cinco fases, mas nem sempre as pessoas passam por todas elas:
Negação: A primeira reação diante da notícia, onde não se quer acreditar no que está vendo ou ouvindo
Raiva: quando não é mais possível negar, vem a segunda fase, com sentimento de revolta e ressentimento
Barganha: A pessoa tenta com ela mesma, ou com algum ser religioso, com mudanças que pode fazer no futuro.
Aceitação: A saudade vai se tornando mais amena e a pessoa começa a ter condição de reorganizar a vida.
Ninguém vive o luto igual, afinal somos seres únicos e cada relação tem um significado assim como a própria morte, pode significados diferentes para cada pessoa. As fases naturais do luto podem durar até dois anos Aqui entra a importância do acolhimento e suporte de pessoas próximas, familiares e amigos, mesmo que de forma online nesse período de isolamento. O respeito pelo tempo que a pessoa vai precisar para viver isso, assim como o acolhimento sem julgamento.
Donata esclarece que “Independente de religião ou cultura, os diversos rituais de despedida são importantes nesse processo de adaptação do luto, pois nos auxiliam a vivê-lo. Estas cerimônias têm funções sociais e psicológicas importantes para a saúde do enlutado, até mesmo como encerramento de ciclo e como parte do processo que nos ajuda a validar nossas perdas e evitar os problemas de um luto complicado.”
A despedida é muito importante para a mente e para as emoções de quem fica, e com a necessidade de isolamento buscar novas maneiras de viver isso é importante. “Como o velório virtual e até escrevendo uma carta, direcionada a pessoa que partiu, pode ajudar muito”, comenta a psicóloga.
A busca por atividades que tragam algum prazer, a prática de exercícios físicos, práticas de relaxamento e sessões de terapia são aliados importantes para o fortalecimento físico e emocional, para que a pessoa se fortaleça e consiga se reerguer.