Distanciamento social reforça o poder da fotografia terapêutico da fotografia

Fotógrafo Frederico Gomes destaca que revisitar boas memórias é um ótimo exercício para fugir da melancolia

Bilhões de pessoas no mundo estão em distanciamento social. Para aliviar a saudade provocada pela distância física, elas buscam em fotografias rever amigos e familiares, momentos especiais. Arthur Schopenhauer, filósofo alemão disse, certa vez, que o poder da memória é capaz de moldar experiências e a percepção da realidade. Assim como recordações ruins podem levar a traumas intensos e definitivos, as lembranças boas conseguem revolucionar o estado de espírito, renovar esperanças e trazer otimismo para viver melhor. E a fotografia, nesses tempos conturbados, reforçou o poder de fortalecer os vínculos afetivos.

O fotógrafo Frederico Gomes concorda com o filósofo e ressalta o poder terapêutico da fotografia. “Sempre que buscamos coisas boas, buscamos imagens e lembranças de acontecimentos marcantes nas nossas vidas, fazemos uma espécie de regressão ao passado, ativando na hora lembranças e sentimentos”. Para ele, fotografar é eternizar o momento, além de resgatar amor-próprio e até promover a autodescoberta. “Estimula a conquista de autoconfiança, melhora na autoestima e aceitação”, frisa.

Segundo ele, a ciência comprova o benefício da fotografia para as pessoas. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, constatou que fotografias de momentos felizes são capazes de liberar substâncias ligadas ao bem-estar, sendo eficientes em promover o relaxamento e melhorar o humor em dias estressantes. O ser humano é construído a partir de lembranças, observa, destacando que elas remetem a alguma vivência anterior. Revisitar boas memórias é um ótimo exercício para fugir da melancolia.

E agora em tempos de distanciamento social a fotografia se tornou um alento para matar a saudade dos parentes e amigos. Por ser um “álbum de memórias” tem contribuído para a preservação da saúde mental das pessoas. “A imagem hoje em dia é tudo, ainda mais a distância, uma lembrança que com tempo vai se apagando, é resgatada ao se ver uma fotografia num estante, dentro da carteira, ou até mesmo no celular como fundo de tela”.

Frederico Gomes ainda comenta sobre a questão de manter as recordações visas e afugentar a saudade por meio das mídias sociais. De acordo com ele, “hoje com a internet, a gente consegue amenizar a saudade em tempo real, acompanhando a viagem de uma pessoa querida, saber o que ela está fazendo naquele momento, dizer que se lembrou de um ente querido quando esteve naquele lugar em especial”.

Mas, sublinha que da mesma forma que as redes aproximam pessoas que estão longe ela afasta quem está perto. “A rede social é um segundo mundo paralelo, todos são super felizes e estão super bem, mesmo que a realidade não seja essa. Acredito que isso interfere muito na vida de outras pessoas, que  acabam inventando, fantasiando uma nova realidade também para se  tornar alguém interessante nesse mundo digital”.

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