As provas tradicionais são a principal forma de avaliação do aprendizado e desempenho dos alunos na maioria das escolas, no entanto, cada vez mais o seu uso como uma ferramenta exclusiva tem sido questionado e novos métodos têm sido sugeridos para complementá-la.
Qual o problema das provas tradicionais?
De acordo com o Diretor da Teia Multicultural, escola humanista e inovadora, e da Asas Educação, Lucas Briquez, as provas passaram a ser uma forma de tentar estimular o aprendizado através do medo.
“O grande problema desse tipo de avaliação não está no método em si e sim na forma como ele é aplicado, primeiramente ele é feito durante um breve período em um dia específico de teste, uma taxa amostral muito pequena, o que limita a avaliação geral do aluno a um único momento”.
“Além disso, as provas passaram a ser uma forma de aplicar o medo de não ser aprovado dos alunos, o que desvia o propósito da educação, o aluno passa a não ser estimulado a aprender pelo prazer de adquirir o conhecimento e sim apenas acertar as perguntas da prova, mesmo que com respostas decoradas” Explica Lucas Briquez.
Qual o novo modelo de avaliação que algumas escolas estão adotando?
“A avaliação deve ser feita de forma contínua e não apenas pontual para ter uma posição mais assertiva, quanto mais se aumenta a amostragem, menor é a margem de erro”.
“As provas tradicionais não precisam ser abolidas, o que precisa ser abolida é a mentalidade de tentar convencer os alunos a aprender apenas por medo de ir mal na prova, o modelo de avaliação com provas pode ser bem utilizado se for feito de uma forma que desperte a curiosidade e o interesse do aluno e que integre uma série de outras ferramentas que auxiliam na avaliação” Analisa Lucas Briquez.
“No geral as pessoas têm bastante resistência a mudanças, não só em relação a provas, então é natural que demore um pouco para que todas as escolas mudem esse tipo de mentalidade, muita gente ainda diz ‘se funcionou comigo, funciona com meu filho’, sem levar em conta que já se passaram décadas e o mundo mudou, por que a forma de ensinar e aprender também não mudaria?” Questiona.