Em uma análise conduzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi constatado que as mulheres enfrentam desafios significativos ao buscar apoio para abrir pequenos negócios. Em comparação com os homens, as empreendedoras dedicam quase o dobro de tempo diário aos cuidados com a casa e a família, tornando a jornada empreendedora ainda mais complexa.
Além disso, dados revelam que clientes e fornecedores tendem a apoiar 9% menos mulheres do que homens nesse cenário. Sophia Utnick Brennan, empresária e defensora da causa feminina, destaca que essas estatísticas refletem uma percepção arraigada de que as mulheres possuem menos capacidade empreendedora do que os homens, um equívoco que persiste apesar do papel fundamental desempenhado por muitas mulheres nos bastidores de grandes empresas.
Sophia compartilha sua experiência pessoal ao enfatizar as múltiplas responsabilidades que as mulheres assumem ao lado de seus parceiros empresariais, “Desde a administração conjunta com o companheiro até a gestão financeira e as tarefas domésticas, as mulheres muitas vezes desempenham papéis cruciais sem receber o devido reconhecimento. Por vezes a mulher auxilia o parceiro nos negócios dele, cuida das crianças, da alimentação, da limpeza, e até escolhe roupas e sapatos do marido. O desafio é ainda mais acentuado quando, ao buscar clientes, são questionadas sobre sua capacidade de conciliar trabalho e responsabilidades familiares, perpetuando estereótipos de gênero”, afirma a especialista.
Ela ainda destaca a necessidade de um esforço adicional para conquistar a confiança dos clientes revela um cenário em que persistem preconceitos e desigualdades de gênero no ambiente empresarial, “Ao buscar clientes, já me questionaram sobre a presença de um marido, filhos, e se eu conseguiria conduzir meu negócio de forma eficaz sem negligenciar as tarefas domésticas. Fui obrigada a dedicar quatro ou cinco vezes mais esforço para convencer os clientes de que eu tinha a capacidade necessária. Infelizmente, muitos ainda acreditam que as mulheres são excessivamente sensíveis e incapazes de liderar uma empresa, enquanto apenas os homens têm uma voz ativa”, acrescenta Sophia.
Para a empresária, esse panorama destaca a importância de iniciativas que promovam a igualdade de oportunidades para mulheres empreendedoras, visando criar um ambiente mais inclusivo e reconhecer o potencial liderança feminina no mundo dos negócios.