Em uma demonstração de apoio ao regime de Nicolás Maduro, os comandantes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reafirmaram sua lealdade ao ditador na terça-feira, 6 de agosto. Este apoio veio após o candidato opositor Edmundo González ter convocado as forças armadas e as polícias a se unirem a ele, declarando-se o verdadeiro presidente eleito da Venezuela.
O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, anunciou a reeleição de Maduro, realizando uma cerimônia de diplomação apressada. No entanto, o resultado foi amplamente contestado, tanto interna quanto externamente. O regime enfrentou acusações de fraude e falta de transparência, com críticas até de governos aliados, como os do Brasil, Colômbia e México, que pediram evidências concretas da votação.
Em resposta, González pediu aos militares e policiais que se alinharem com o povo e interrompam a repressão a manifestações pacíficas. Ele também prometeu garantias para aqueles que cumprissem seus deveres constitucionais e cessassem a repressão e violência contra os manifestantes.
Na terça-feira, os generais das Regiões Estratégicas de Defesa Integral (Redi) manifestaram apoio a Maduro e desqualificaram a oposição, classificando González e a líder oposicionista María Corina Machado de “ex-candidato” e “fascista”, respectivamente. Segundo os generais, ambos teriam liderado grupos criminosos e incitado à desobediência.
O regime promoveu atos públicos em quartéis por todo o país, com discursos transmitidos pela televisão estatal, Venezuelana de Televisão (VTV), onde Maduro também possui um programa. A investigação contra González e Machado foi aberta pelo procurador-geral Tarek William Saab, aliado de Maduro, que pediu a prisão dos opositores.
Os comandantes também pediram “máxima vigilância” aos militares, policiais e ao “poder comunitário”, referindo-se aos coletivos chavistas, parte do aparato armado do regime.