Pesquisadores buscam estratégias de vacinação contra a variante delta da covid 19. E um estudo britânico aponta que a diferença de intervalo maior entre as doses do imunizante da Pfizer pode trazer bons resultados.
Segundo o estudo, da Universidade de Oxford, um intervalo maior entre as duas doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 pode garantir mais anticorpos para enfrentar a nova variante Delta. A pesquisa revelou que os níveis de anticorpos neutralizantes contra essa variante ficaram mais fracos depois da primeira dose. Só que, depois da segunda dose, quando o intervalo é maior, a quantidade de anticorpos se torna duas vezes maior.
O pediatra e infectologista Renato Kfouri concorda com a avaliação do estudo britânico, embora ressalte que a covid é nova no cenário da saúde pública, e os resultados ainda estão sendo analisados.
Pela pesquisa, o atraso da dose pode proporcionar imunidade mais duradoura, ainda que signifique uma proteção menor a curto prazo. Em dezembro do ano passado, o Reino Unido estendeu o intervalo entre as doses de vacinas para 12 semanas, que é o utilizado no Brasil. Mas, atualmente, o intervalo recomentado pelos britânicos é de 8 semanas.
Para Renato Kfouri, no caso brasileiro, a distância entre as doses do imunizante da Pfizer, está correta. Isso porque no cenário brasileiro é importante primeiro garantir a primeira dose para a maioria das pessoas por aqui.
O estudo britânico destaca ainda que, além dos anticorpos neutralizantes, os vírus também são combatidos no organismo pelas chamadas células T. Segundo o estudo, no intervalo maior entre as doses, essas células são apoiadas pelas células “T ajudantes”, que fortalecem a memória imunológica.