A lavagem cerebral já foi abordada por diversos filmes, séries, livros e várias narrativas ficcionais, o que faz com que muitas pessoas questionem a sua veracidade, mas afinal, o que a ciência diz sobre a lavagem cerebral?
Como surgiu a lavagem cerebral?
A história da lavagem cerebral não é bem definida, mas a primeira menção ao termo ocorreu em 1951, quando um jornalista, Edward Hunter, escreveu um livro chamado “Brain-Washing in Red China”, lavagem cerebral na China vermelha, em português.
No livro, Hunter narra “métodos aterrorizantes que colocaram uma nação inteira sob controle hipnótico”, descrevendo também supostas técnicas utilizadas pelos comunistas para “mudar de ideia radicalmente, para que seu dono se tornasse um fantoche vivo”.
O livro, no entanto, não obteve muita repercussão, em parte devido à especialidade questionável de Hunter no assunto.
Mas ele não desistiu de apresentar e defender a existência de técnicas de lavagem cerebral, e viu na Guerra da Coreia, com a fuga de prisioneiros de guerra, uma oportunidade para isso. Hunter relatou que os prisioneiros haviam sofrido lavagem cerebral baseando-se no relato de torturas sofridas por eles.
Após isso, a ideia de controle da mente e alteração de pensamentos e ideais através de técnicas macabras se popularizaram e houveram vários relatos das supostas práticas.
Um dos exemplos de técnicas similares à lavagem cerebral eram as terapias de conversão sexual que tinham como objetivo alterar a orientação sexual de indivíduos através de técnicas de tortura, privação e readequação, sem resultados efeitos.
Afinal, a lavagem cerebral funciona?
Técnicas mirabolantes, macabras e privativas a lá Laranja Mecânica não são efetivas e não há comprovações científicas de que comportamentos podem ser bruscamente alterados com o uso de técnicas específicas.
Mas existem situações em que nosso cérebro fica mais suscetível a comandos, em estados mais vulneráveis e sob circunstâncias extremas podemos agir fora do nosso comum.
Um bom exemplo disso é a Síndrome de Estocolmo, onde um indivíduo encontra-se em um estado psicológico de abuso, intimidação e violência durante um período prolongado de tempo e acaba se submetendo ao agressor, “transformando” a repulsa inicial ao seu algoz em laços de afeto.
Além disso, mensagens subliminares, repetição, pressão, gatilhos mentais e diversas técnicas podem ser usadas para influenciar a mente, mas com efeitos bem mais modestos do que as ideias apresentadas por Hunter.
Existem outras situações que podem ser grosseiramente comparadas a uma lavagem cerebral, no entanto, nenhuma delas ocorre de fato como o imaginário popular, além disso, é improvável que se consiga direcionar de forma eficaz as alterações na mente do indivíduo afetado de forma tão direta quando a ficção nos apresenta.