As doenças hereditárias são o grande pesadelo de muitas pessoas que acreditam serem reféns de “sentenças genéticas” por possuírem parentes com certas doenças, no entanto, essa pode não ser uma verdade.
Epigenética e seu papel na saúde
De acordo com a geneticista e bióloga molecular, Susana Massarani, a epigenética enfraquece a máxima de que “somos o que comemos”.
“A epigenética é a responsável por analisar como o ambiente, os comportamentos e hábitos influenciam a expressão gênica, ou seja, você pode até ter genes potencialmente perigosos para o desenvolvimento de certas doenças, mas seu estilo de vida pode contribuir para que eles se mantenham ‘adormecidos’” Explica.
“Isso joga por água abaixo a antiga máxima que dizia ‘somos o que comemos’, não somos só o que comemos apesar de a alimentação ser de suma importância para nossa saúde, todos os fatores do ambiente onde vivemos tais como o local, a temperatura, a pressão, exposição solar, com quem vivemos e trabalhamos, com o que trabalhamos entre outros, têm influência sobre a expressão do nosso DNA” Afirma Susana Massarani.
O que pode influenciar na expressão dos nossos genes?
“Diversos aspectos influenciam na expressão do nosso DNA, a prática de atividades físicas, alimentação adequada, qualidade da água, qualidade do ar, qualidade do sono, manter o cérebro ativo, entre outros” Explica Afirma Susana Massarani.
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências, biólogo e aluno de genômica de Susana Massarani, manter o cérebro ativo é fundamental para prevenir doenças neurodegenerativas, mesmo que já haja casos na família manter o cérebro ativo, se alimentar apropriadamente com base na informação genética e exercitar-se é fundamental para evitar certas doenças.
“A epigenética é uma abordagem relativamente nova, assim como o conceito de neuroplasticidade, que explica como o cérebro se adapta e é capaz de criar novas sinapses, mostrando como nosso corpo não nasce fadado a um destino”.
“Os exercícios mentais ajudam a manter o cérebro ativo e em constante evolução, criação de novas sinapses e fortalecimento de aspectos importantes como memória e cognição, já é cientificamente comprovado que isso ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas, claro, ter casos na sua família é um fator de risco, mas nem de longe é uma sentença” Afirma Dr. Fabiano de Abreu.