Uma descoberta anunciada nesta semana confirma a teoria de Albert Einstein sobre a relatividade geral mais de um século depois após ser publicada. Para isso acontecer, astrônomos internacionais confirmaram que detectaram luz atrás de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia a 800 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Essa descoberta vai de encontro ao que Einstein defendia sobre a relatividade geral, que indica que a atração gravitacional dos buracos negros é tão forte que eles deveriam desviar a luz ao seu redor.
A equipe por trás da pesquisa estava estudando a coroa, característica misteriosa de alguns buracos negros, em uma galáxia chamada I Zwicky 1. Segundo os astrofísicos, a coroa se explica por ser fontes de luz contínuas ao redor do buraco negro, alimentadas pelo material que o fenômeno puxa. A luz de raios-X formada é o que os pesquisadores estavam analisando quando identificaram algo diferente.
Através de telescópios da Nasa e da Agência Espacial Europeia, foi possível observar rajadas de raios-X mais fracas e com comprimentos de onda maiores, o que confirma que a luz havia refletido da parte de trás do buraco negro.
Segundo o astrofísico da Universidade de Standford (EUA), Dan Wilkins, “qualquer luz que entra naquele buraco negro não sai, então não devemos ser capazes de ver nada que esteja por trás do buraco negro”. Além disso, ele explica que essa descoberta vai de encontro à teoria apresentada por Einstein em 1915: “A razão pela qual podemos ver isso é porque aquele buraco negro está deformando o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos em torno de si mesmo”.
Além de Wilkins, a pesquisa teve coautoria de Roger Blandford . Em entrevista à revista científica Nature, ele afirmou: “Cinquenta anos atrás, quando os astrofísicos começaram a especular como o campo magnético poderia se comportar perto de um buraco negro, eles não tinham ideia de que um dia poderíamos ter técnicas para observar isso diretamente e ver a teoria geral da relatividade de Einstein em ação”.