Angela Carini, boxeadora italiana, desistiu de sua luta após apenas 46 segundos, alegando uma possível fratura no nariz devido a um golpe recebido da lutadora intersexual Imane Khelif. O incidente ocorreu em um contexto de controvérsia envolvendo a participação de atletas intersexuais em competições.
A participação de Khelif já havia sido objeto de debate, especialmente após sua proibição de competir na luta pela medalha de ouro em Nova Délhi pela Associação Internacional de Boxe. A razão foi o nível elevado de testosterona, que não atendia aos critérios estabelecidos. Apesar disso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu sua participação nas Olimpíadas de Paris.
Desde o início do combate, a diferença de força foi notável. Carini, após sofrer um soco no rosto, imediatamente sinalizou a desistência. Em sua declaração após o combate, Carini expressou que nunca havia enfrentado um soco tão forte. Até o momento, nem Khelif nem o COI fizeram comentários sobre o ocorrido.
Mark Adams, porta-voz do COI, comentou antes da luta que a inclusão de boxeadoras intersexuais é justificada e destacou que todas são reconhecidas como mulheres em seus documentos oficiais. Ele enfatizou a necessidade de evitar a estigmatização e evitar transformar o debate em uma caça às bruxas.
Uma nova luta está programada para sexta-feira, 2 de agosto, envolvendo Lin Yu-Ting de Taiwan, outra boxeadora intersexual. Lin havia sido desqualificada pela Associação Internacional de Boxe após falhar em um teste de gênero em março de 2023. Outras lutadoras têm manifestado preocupações sobre a necessidade de enfrentar atletas com características biológicas distintas.
A força e a agilidade de Khelif já haviam sido evidenciadas em um combate contra uma boxeadora mexicana em dezembro de 2022, antes de sua falha em um teste de gênero.