Dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que, no quarto trimestre de 2022, a elevada carga tributária voltou ao primeiro lugar no ranking dos principais problemas elencados por empresários do setor industrial brasileiro. Com a volta da questão ao primeiro lugar, o alto custo ou a falta de matérias-primas passou para a segunda colocação da lista.
Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a Sondagem Industrial do mês de dezembro traz um resultado que já era esperado para o mês. “O alto custo das matérias-primas, que seguia na primeira posição dos primeiros dos principais problemas há nove trimestres, deixou o topo desse ranking de principais problemas, sendo superado por elevada carga tributária, que é um problema recorrente que costuma, inclusive, historicamente, estar nessa primeira posição. Mas por conta de todos os efeitos trazidos pela pandemia, havia sido superada há algum tempo por esse problema de falta e alto custo das matérias-primas”, explica.
Para se chegar ao resultado, foram ouvidos entre os dias 3 e 13 de janeiro, 1.688 empresários. Do total, 694 são de empresas de pequeno porte, 571 de médio porte e 423 de grande porte.
O problema da elevada carga tributária foi assinalado por 32,1% dos empresários industriais, o que representa uma redução de 0,7 p.p. em relação ao trimestre anterior.
Em segundo lugar na pesquisa, o alto custo ou falta de matérias-primas deixou de ser o principal problema após queda pelo sétimo trimestre consecutivo. Já na terceira posição, a demanda interna insuficiente registrou aumento expressivo no último trimestre, chegando próximo aos percentuais pré-pandemia.
Na quarta posição do ranking dos obstáculos apresentados por empresários do setor industrial estão as taxas de juros elevadas, com queda de 1,1 p.p., após seis trimestres consecutivos de alta. Em 2022, foram registradas sucessivas altas no item, com percentuais acima dos 20% em todos os trimestres do ano.
Para finalizar a lista dos principais problemas, está a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado, questão que seguia em ritmo de alta nos últimos trimestres. O problema registrou queda de 0,6 p.p. no último trimestre de 2022, sendo citado por 13,8% dos empresários industriais.