Em 2020, as vendas da Black Friday passaram dos 5 bilhões, valor 31% maior do que o mesmo período do ano passado, conforme levantamento da Neotrust/Compre&Confie.
Segundo o estudo, foram mais de 7,6 milhões de compras on-line na data, 24,7% maior do que o registrado na promoção de 2019. Em ano de pandemia (de Covid-19), as compras remotas se tornam mais cômodas e seguras.
O efeito deve ser repetido agora em 2021, mas, para os profissionais das áreas de tecnologia, o sucesso das negociações começa muito antes da data, normalmente celebrada em novembro. Os bastidores do evento formaram o tema de mais um DevTalk organizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR).
Nele, falaram sobre o tema João Braghetto, arquiteto de software da ClearSale, e Fabio Hara, gerente de marketing de audiência para desenvolvedores na Microsoft, convidados da entidade.
Lucas Ribeiro, diretor-presidente da Assespro-PR, mais uma vez conduziu o andamento da pauta. “De novo mais um tema importante colocamos nesse encontro. Muita gente nem imagina a estrutura que está nos bastidores de uma Black Friday, mas no que diz respeito à tecnologia que envolve um evento assim, tudo é realmente pensado para que, no dia, não ocorram falhas”, destacou Ribeiro.
Fabio Hara lembrou o período pré-Black Friday. Conforme ele, que trouxe a experiência de funcionamento da Microsoft Azure (serviço de armazenamento em nuvem), toda a estrutura digital precisa ser organizada com pelo menos cinco meses de antecedência. “Mas vale a pena, já que o evento é o período mais importante para o comércio eletrônico brasileiro”, comentou. “Tudo precisa ser planejado.”
Sem organização, o prejuízo é quase uma consequência. Por exemplo, segundo Fabio, algumas empresas, para não perder a compra, acabam pagando o frete do cliente caso o processo de compra ou de cálculo (do frete) demore mais de cinco minutos. Imagine o volume em massa de uma Black Friday: e se todos os clientes tiverem o mesmo problema? “Por isso é importante entender sobre tudo o que precisa funcionar”, alerta o gerente de marketing.
Dentro dessa preparação, a tecnologia está a favor e oferece às empresas ferramentas para melhorar a qualidade das cargas de trabalho baseadas especialmente em alguns pilares, sobretudo nas áreas de segurança, no controle do estoque, da venda, da troca de peças e na pós-negociação. “E no caso da Black Friday, tem que se pensar no efeito manada também, para ver se o sistema dará suporte”, ressalta João Braghetto.
Com cases da ClearSale – empresa paulista líder em soluções antifraude e em mapeamento do comportamento e reputação do consumidor digital –, o profissional citou, entre outros modelos, a arquitetura on premises. Apesar da evolução nos sistemas de nuvem, muitas organizações ainda mantêm soluções assim, on premise, principalmente pela ideia de tornar o ambiente mais seguro. No desenvolvimento on, o custo da infraestrutura é realizado de uma única vez e quanto maior a necessidade da empresa – como é o caso da Black Friday – mais rápidas tendem a ser as interações.