Com um ano e meio de projeto Clube de Leitura 6.0 em 26 cidades do Estado de São Paulo, 1.352 idosos foram impactados pelos benefícios da leitura literária e 119 clubes foram implantados. Mediadores de leitura e biblioterapeutas, voluntários e novos e, agora, contumazes leitores fizeram desse trabalho pioneiro um antídoto para as angústias no período de isolamento social.
Para celebrar isso tudo o Observatório do Livro, uma fundação privada que criou o projeto no início de 2020, realiza nesta terça-feira (29), a live “A leitura transforma: quem lê não envelhece sozinho”, com especialistas e convidados.
A freira Maria Valéria Rezende, escritora e tradutora vencedora dos prêmios Jabuti e Casa de las Américas, vai contar sobre como se descobriu autora já na maturidade. Giulia Marinho, professora de neurobiologia geral na Pós-graduação de Neurociência aplicada à educação e coautora da coleção de livros didáticos abordará a relação dos alunos com a leitura.
No segundo painel, denominado Sarau, mediadoras de leitura e membros dos clubes vão relatar suas experiências e conquistas como leitores nesse período de pandemia. Em seguida, haverá um momento artístico, com contação de histórias e leitura dramática, com a presença da atriz, escritora e roteirista Kenia Maria, que integra a lista dos 100 negros mais influentes do mundo, segundo a premiação do Mipad (sigla em inglês para ‘Os Maiores Influenciadores Afrodescendentes’), que tem a chancela da ONU.
O projeto Clube de Leitura 6.0, iniciado pouco antes das medidas de isolamento social motivado pela pandemia do Coronavírus, já impactou a vida de 1.352 idosos em 26 cidades do Estado de São Paulo. Os membros dos 119 clubes leem ao menos uma obra por mês e se reúnem semanalmente para falar sobre a leitura realizada – muitos deles chegam a ler um título por semana, perfazendo a média de quase 50 livros por ano, dez vezes o índice nacional, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (Ibope/Instituto Pró-Livro).
“A leitura literária pode funcionar como um santo remédio para o cérebro humano e mesmo para lidar com problemas como a ansiedade e a depressão e outras questões emocionais, principalmente em tempos de isolamento social”, afirma o presidente do Observatório do Livro, Galeno Amorim. Para ele, os clubes estimulam maior convívio social na medida em que promovem encontros entre os participantes para, ainda que virtualmente, conversar, desabafar e trocar experiências.
O Clube de Leitura 6.0 é resultado de uma parceria com o Fundo Estadual do Idoso e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, a ação tem o patrocínio das empresas Americanas, Metso, Uol, GetNet, Bic, Nitro Química, Deloitte, Raízen, Bayer e Sotreq; e o apoio de Tocalivros, Recode, Fundação Demócrito Rocha, Frente Nacional de Prefeitos e das empresas Foroni e Consigaz.
Durante a live, será feito o lançamento de uma edição especial do livro “O menino que sonhava de olhos abertos”, trazendo 216 diferentes finais para a obra que foram escritos pelos participantes do projeto. O desafio foi feito pelo autor, Galeno Amorim, e os idosos tanto escreveram quanto desenharam para mostrar como serão, no futuro, para seus netos e bisnetos, as cidades em que moram.