Santa Catarina possui 1,1% do território nacional e uma ampla e diversifica produção industrial. É o segundo estado em competitividade no Brasil, tem o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a menor taxa de desemprego e é a quinta maior balança comercial. É o maior exportador nacional de motores elétricos, de carne suína e de bombas e compressores de ar.
Os dados foram apresentados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quinta-feira (1), em Pinhalzinho, no primeiro encontro road show do Programa Travessia. O objetivo foi apresentar os próximos passos do programa, que visa debater a reinvenção das indústrias, melhoria do ambiente de negócios, exploração de novos mercados, qualificação de trabalhadores e desafios da infraestrutura e investimentos.
O encontro contou com a presença do presidente da FIESC Mario Cezar de Aguiar, dos vice-presidentes regionais Astor Kist e Waldemar Antônio Schmitz, do superintendente do IEL/SC e diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Azevedo Fiates, e do diretor regional do SENAI/SC e diretor de educação e tecnologia da Federação, Fabrizio Machado Pereira, além de prefeitos e lideranças empresariais da região. O evento contou com transmissão virtual.
Aguiar observou que Santa Catarina é o sétimo estado com a maior arrecadação de tributos federais, porém, o 24º no retorno de recursos transferidos pela União. “Temos muitas potencialidades, mas temos perdido investimentos por falta de uma infraestrutura adequada. Entendemos que é nossa obrigação, como entidade, mostrar aos governantes essas deficiências e trabalharmos de maneira conjunta na busca de soluções”, frisou, ao citar como exemplo que o estado possui cinco portos marítimos, com a segunda maior movimentação de containers do Brasil. “Porém, os portos são desprovidos de rodovias adequadas e ferrovias para o escoamento da produção”.
O presidente da FIESC anunciou também que a FIESC deve investir mais de R$ 500 mil na infraestrutura de educação e saúde do SESI e SENAI nos próximos quatro anos. Aguiar reforçou que o Oeste também será beneficiado com os projetos. “Serão investimentos do SESI e do SENAI para que a região seja referência nos serviços prestados”, acrescentou Pereira.
O vice-presidente regional oeste Waldemar Schmitz realçou que a FIESC atua em prol de toda a comunidade. “Trabalhamos para ampliar a competitividade da indústria catarinense, mas isso se reflete em melhorias para todos. Os dirigentes da Federação conhecem o estado, as peculiaridades de cada região e desenvolvem ações para superar os desafios que se apresentam”, salientou.
Para o vice-presidente regional extremo oeste Astor Kist não é de graça que Santa Catarina é destaque nacional. “Isso é fruto das nossas empresas e das pessoas que estão à frente da FIESC, uma entidade séria e respeitada que trabalha para ampliar o desenvolvimento e oferecer subsídios para superarmos momentos difíceis como esse da pandemia”, acrescentou.
De acordo com o superintendente do IEL/SC e diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, momentos históricos extremos, como o ocasionado pela pandemia, provocam antecipação do futuro, aceleração de mudanças e acentuação de prioridades. Esses períodos exigem investimentos e crescimento, reduzem as barreiras para o processo de mudança e proporcionam maior interação entre nações. “Estamos vivendo um momento de reinvenção e de transformação. São necessários objetivos audaciosos e grandes projetos. Períodos como esse também estimulam uma causa comum e a nossa causa é: queremos que Santa Catarina seja referência nacional. Assim nasceu o Programa Travessia. Queremos que o destino da travessia pela crise seja um estado mais desenvolvido”, enfatizou.
O diretor destacou que o programa vê Santa Catarina como um ecossistema, que integra a reinvenção da economia, com empresas competitivas e inovadoras, com infraestrutura, ambiente favorável aos negócios e capital para empreender, aliado ao desenvolvimento e crescimento econômico, ambiental, social, cultural e de ciência e tecnologia.
Para estimular o desenvolvimento, Fiates ressaltou a necessidade de ter um ambiente favorável, com oferta de energia, água, sistemas rodoviário, ferroviário, portuário e de aeroportos e comunicação eficientes para que as empresas possam crescer. O Programa Travessia atua em quatro setores: alimentos e bebidas, madeira e móveis, máquinas e equipamentos elétricos, têxtil e confecção.
“Esses setores representam uma parcela significativa do PIB. É preciso explorar melhor a integração entre as empresas, ciência, tecnologia, universidades. A região precisa se ver como região, trabalhando de maneira conjunta, e não as empresas de maneira individualizada”, analisou Fiates, ao exemplificar que o Oeste tem condição de ser o polo tecnológico e de inovação do agronegócio brasileiro.