Conheça a história da gestação de risco de Larissa Tomiyasu, analista de RH
Que o ano de 2020 foi um caos, disso não temos dúvidas, pois houve muito desemprego, crise economia, pandemia. Mas em meio a toda essa confusão, é possível encontrarmos histórias de superação, como é o caso da analista de recursos humanos, Larissa Tomiyasu, de 29 anos. Ela lutou por um ano para poder engravidar.
A história da analista se inicia em novembro do ano de 2019, quando ela começou a ter fortes dores abdominais, pontadas no útero e um sangramento incontrolável. Na ocasião, ela usava dispositivo intrauterino (DIU), e nem passou pela sua cabeça que o problema poderia ser o método contraceptivo.
“O diagnóstico que tive foi que eu estava tendo um aborto, pois o DIU havia saído do lugar e eu teria que remove-lo na emergência, isso me deixou em choque e muito preocupada. Foi a partir daí que a maternidade passou a ser uma pauta para mim”, disse a analista.
Passaram-se alguns dias e o fluxo sanguíneo ainda não tinha parado. Estando perdendo muito sangue, a analista remarcou uma nova consulta, retornou ao pronto socorro e o novo diagnóstico foi de que o DIU havia perfurado o seu útero.
“Eu vejo que foi uma coisa fora do comum, porque eu já usava o DIU há dois anos e, normalmente, dizem que é nos primeiros seis meses de uso que o corpo expele o dispositivo”, explicou a analista que, posteriormente, passou por uma cirurgia para corrigir a perfuração.
Maternidade em pauta
Ser mãe, esse desejo passou a ser assunto na família e as preocupações de saber se após a cirurgia, seu útero estava apto para uma gestação, veio acompanhado.
“Em março, quando começou a pandemia, passei por um ultrassom para ver as coisas do útero. Foi me recomendado ainda um último exame, em meados de junho, mas como estávamos em meio a quarentena, resolvi adiar para agosto”, conta.
O tempo foi passando, e quando chegou a data Larissa Tomiyasu, notou um ar diferente. “Eu não havia ficado menstruada, então conversei com meu marido, e ele me orientou a remarcar o exame, já que não estávamos considerando. Até que pensamos bem: e se ?! Então comparamos um teste”, disse entusiasmada.
E não deu outra, Larissa estava grávida. “O primeiro teste deu positivo, comprei outro e deu positivo também. Fiquei muito animada e entusiasmada, até porque, em meio a essa pandemia toda, encontrei algo que me deixou feliz”, contou.
Gestação de risco
As primeiras semanas de gestação da analista de RH estavam indo tudo bem, pois tanto ela quanto a bebê estavam saudáveis. Mas os problemas começaram a aparecer na sua 11° semana de gravidez. Segundo a analista, nesse período, ela voltou a ter fortes dores no abdômen, mas foi diagnosticada com infecção intestinal. Ela também contou que chegou a ficar internada por uma semana, voltou para casa, mas as dores não pararam.
Preocupada com a sua saúde e a de sua filha, remarcou um exame e veio a revelação: foi identificado um aneurisma, que é uma alteração vascular da parede de uma artéria, que poderia romper a qualquer momento. Esse diagnóstico foi feito pelo especialista em medicina fetal, o Doutor Maurício Saito, por meio da análise da dopplervelocimetria. Não demorou muito para Larissa realizar uma nova cirurgia, dessa vez mais arriscada.
“Fiz a cirurgia por meio da laparoscopia. Tive tensão no início, mas o procedimento não foi muito invasivo. Eu confiei muito na equipe médica que me atendeu, porque desde o começo eles estavam me orientando sobre a cirurgia, as técnicas. E no final, deu tudo certo, graças a Deus”, disse.
O médico Alexandre Silva e Silva, especialista em ginecologia e obstetrícia, junto com o Dr. Maurício Saito, fez parte da equipe que atendeu Larissa Tomiyasu. Sobre o caso da paciente, o doutor avalia: “Ela tinha um aneurisma nas artérias do colo do útero que demonstravam possibilidade de ruptura. Com riscos fetais e maternos. No caso dela, o procedimento foi realizado por causa do risco de hemorragia, perda da gestação e até mesmo risco de vida se não fosse prontamente atendida”, explicou o médico.
Alexandre Silva ainda acrescentou que não é comum realizar esse tipo de cirurgia em gestantes devido a complexidade. “Foi um caso raro e portanto necessitou da junção de profissionais capazes de planejar e executar um tratamento dessa magnitude”.
O primeiro dia das mães mais que especial
A cirurgia foi um sucesso e em pouco tempo a analista de recursos humanos já estava em casa, levando a vida dentro da normalidade. Uma das recomendações médicas foi o parto por meio de cesária, pois, embora os médicos tivessem conseguido cessar a circulação sanguínea, havia o risco de romper com as contrações de parto normal.
Em 10 de abril de 2021, na sua 37ª semana de gestação, Ísis veio ao mundo. “Foi um momento de muita emoção e graças a Deus ela nasceu perfeita. E hoje estamos aqui, entre trocas de fraldas e mamadas. Está sendo uma adaptação e meu marido está sendo muito parceiro”, disse. “Eu e ela ainda estamos nos conhecendo e cada dia ela me surpreende com uma coisinha nova e semana que vem, a minha pequenina vai fazer um mês, como o tempo passa rápido”, acrescentou.
Primeira gravidez, primeiro Dia das Mães, primeira data comemorativa que vai ser mais que especial. Assim, a analista de recursos humanos não esconde a sua emoção e gratidão por poder vivenciar o momento. “Pra mim é novidade, a família toda está muito grata, principalmente pelos médicos e a todo apoio que eles deram. Estamos muito felizes, aproveitando esse momento único, dessa pequenininha que está aqui com a gente”, finalizou.