O aparecimento da epilepsia durante a infância é algo comum e diversas crianças se adaptam bem ao tratamento da doença. Porém, uma parte não atinge os resultados esperados com medicamentos, e neste caso, existe a possibilidade de cirurgia para garantir a melhora da qualidade de vida. Levando em conta a complexidade do assunto e a importância de ser melhor discutido, a Associação Brasileira de Epilepsia convida especialistas para abordarem variados tópicos sobre o tema que faz parte da agenda do mês.
Existem diversos tipos de crises epilépticas e estas podem surgir em pessoas de qualquer idade, inclusive, tendo início logo após o nascimento. O nome epilepsia refratária é dado quando as crises não são controladas com medicação, algo que prejudica o bem-estar diário das pessoas que possuem a doença. O não tratamento de algumas síndromes epilépticas também pode fazer com que evoluam, impactando no desenvolvimento cognitivo e neuromotor.
De acordo com a Neurologista e Presidente de Honra da ABE, Doutora Laura Guilhoto, existem diferentes estratégias cirúrgicas que têm o objetivo de controlar as crises, porém, é preciso realizar diversos exames antes, sendo também essencial o conhecimento dos benefícios e riscos da cirurgia para cada caso.
“Os medicamentos para as crises epilépticas não têm efeito imediato e sempre é necessário acompanhamento médico. Porém, após determinado tempo de uso, se as crises continuam de difícil controle, a avaliação para a cirurgia é indicada em alguns casos. É importante destacar que a avaliação pré-operatória adequada, realizada por especialistas, é uma das etapas fundamentais para uma cirurgia de sucesso”, explica.
Com a intenção de difundir informações sobre a doença durante a infância e a possibilidade de cirurgia, a Associação Brasileira de Epilepsia promove quinta-feira, dia 11, às 19h, no Facebook, a live “Cirurgia de epilepsia em crianças”, que trará a presença de dois especialistas: Ricardo Centeno, Professor Adjunto e Coordenador do Setor de Epilepsia de Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina da Universidade de São Paulo, e Amanda Mosini, Doutoranda em Neurologia e Neurociência. No dia 28, às 19h, também será divulgado no Facebook da ABE o episódio de podcast, “Cirurgia de epilepsia”.
Segundo a Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Maria Alice Susemihl, quanto mais precoce for o diagnóstico da doença, mais fácil é a busca das melhores soluções para controlar as crises, e por isso é tão importante que cada vez mais pessoas saibam o que de fato é a doença. “Conviver com a epilepsia no dia a dia fica muito mais fácil quando se tem informação. A possibilidade de cirurgia para alguns casos, é algo que precisa ser mais divulgado, e é por isso que este mês estamos promovendo conteúdos sobre o assunto”, finaliza.