Os números da pandemia não param de assombrar a população. Em meio a todos os questionamentos que a COVID-19 provoca, o colapso no sistema de saúde se destaca. O medo paira no ar: temos hospitais e leitos disponíveis? Equipes suficientes? Uma estrutura adequada para lidar com a situação como a que estamos vivendo? Em muitos lugares, a resposta é não.
Nesse cenário, os Hospitais de Transição aparecem como uma saída para aliviar o caos. De acordo com o Dr. Vinicius Lisboa, geriatra e Diretor Clínico do Paulo de Tarso – Hospital de Transição, esse tipo de instituição pode ajudar de mais de uma forma, como, por exemplo, na reabilitação de pacientes pós-COVID-19, que precisam da retomada da autonomia existente antes da doença. “Atendemos pacientes com sequelas motoras, respiratórias, cardiocirculatórias, neurológicas, cognitivas e emocionais que impactam na qualidade de vida das pessoas. Nosso objetivo é melhorar a capacidade funcional e a independência dos pacientes por meio de ações de reabilitação, recuperação e readaptação”.
Além de receber pacientes para reabilitação pós-COVID-19, os Hospitais de Transição são indicados para as pessoas que estiveram (ou estão) internadas por um tempo e precisam de cuidados essenciais, mas não demandam intervenções invasivas e de terapia intensiva existentes em Hospitais Gerais. “Essa é uma maneira de desafogar os hospitais emergenciais e liberar leitos. A transferência de um paciente para uma unidade de transição permitirá que aquele leito, até então ocupado no hospital geral, possa servir a alguém em fase aguda de COVID-19, por exemplo, ou a pacientes que precisem de tratamento com necessidade de maior suporte tecnológico, diagnóstico, cirúrgico e monitoramento médico intensivo”, reforça Dr. Vinícius.
Os hospitais de transição contam com equipes médicas e multiprofissionais treinadas, taxas reduzidas de doenças infecciosas, sólidas medidas de segurança assistencial e tudo que um paciente em recuperação da COVID-19 pode precisar. Vale destacar que essas instituições podem ajudar – e muito – em casos de tragédias envolvendo um número maior de pessoas. Se a quantidade de hospitais de transição fosse maior, haveria mais médicos e leitos disponíveis para as vítimas do novo coronavírus. No momento em que se fala tanto em medicina personalizada, talvez esteja na hora de pensar mais em saúde integrada.
Em uma população com a expectativa de vida cada vez mais alta, que nos leva automaticamente a um novo perfil epidemiológico de doenças prevalentes, essas instituições aparecem como uma boa opção para pacientes crônicos ou com doenças degenerativas.