Uma ação da Polícia Federal em Belo Horizonte na manhã desta sexta-feira está em busca de provas para uma investigação que apura se empresários do setor de transportes e políticos foram vacinados ilegalmente contra a Covid-19.
Batizada da Camarote, a operação apura se houve importação irregular de doses da Pfizer e receptação. Para isso, estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela 35ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte.
Em nota, a PF informou que “a suspeita é de que houve importação irregular de vacinas contra covid-19 e sua receptação, configurando, em tese, a prática dos delitos tipificados no art. 334-A (caso a importação seja anterior a Lei n. 14.125/2021), no art. 334 (caso já em vigor a Lei n. 14.125/2021) ou no art. 273, §1º-B, inciso I (caso tenha acontecido antes do registro da vacina na ANVISA), todos do Código Penal, pelos importadores; bem como a possível prática do delito previsto no art. 180, do Código Penal, por aqueles que receberam a vacina”.
A suposta vacinação veio à tona em reportagem publicada pela revista Piauí na última quarta-feira. A publicação diz que um grupo formado por políticos e empresários do setor de transportes adquiriu doses da Pfizer e aplicaram secretamente em 50 pessoas. Um dos nomes apontados pela reportagem é o do ex-senador Clésio Andrade. Ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), ele disse à revista: “Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”.