A América do Sul enfrenta uma das piores crises ambientais de sua história, com incêndios recordes devastando florestas e áreas naturais em vários países. No dia 11 de setembro de 2024, o continente atingiu o maior número de focos de incêndio já registrado, superando o recorde anterior de 2007. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram 346.112 focos de incêndio em toda a América do Sul até o momento.
Os incêndios têm atingido a floresta Amazônica, o Pantanal e florestas na Bolívia, espalhando fumaça que escurece o céu de cidades distantes, como São Paulo. Imagens de satélite mostram um enorme corredor de fumaça que se estende da Colômbia até o Uruguai, evidenciando a gravidade da situação.
No Brasil e na Bolívia, milhares de bombeiros têm trabalhado para conter as chamas, mas enfrentam dificuldades causadas pelas altas temperaturas e secas prolongadas, que agravam a situação. A pesquisadora Karla Longo, do Inpe, destacou que a seca atual no Brasil é uma das mais intensas já registradas, com impactos severos no combate aos incêndios.
Em La Paz, Bolívia, protestos pedem mais ação do governo contra as queimadas, com manifestantes alertando para a destruição de milhões de hectares e a morte de incontáveis animais. A situação crítica levou São Paulo a registrar a pior qualidade do ar do mundo, superando grandes centros industriais como China e Índia, de acordo com o site IQAir.
Setembro é tradicionalmente o mês de pico dos incêndios na América do Sul, e, embora haja previsão de chuva em algumas regiões do Brasil, a seca deve continuar em áreas importantes, como a Amazônia e o centro-oeste agrícola, prolongando o risco de novos focos de incêndio.
A crise expõe não só os efeitos das mudanças climáticas, como também a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para proteger o meio ambiente no continente.