Um dos aspectos mais fascinantes da genética é a transmissão de características dos pais para os filhos, enquanto diversos aspectos genéticos são transmitidos por ambos os pais, existe um tipo especial de DNA que é passado exclusivamente pelas mães para os filhos: O DNA mitocondrial.
O que é o DNA mitocondrial?
As mitocôndrias são pequenas organelas encontradas dentro das células eucarióticas responsáveis pela produção de energia e várias outras funções de suma importância para as células, elas têm seu próprio conjunto de material genético, chamado DNA mitocondrial (mtDNA), que é distinto do DNA encontrado no núcleo das células.
Ao contrário do DNA nuclear, que é herdado de ambos os pais, o DNA mitocondrial é transmitido exclusivamente pela mãe, isso ocorre porque, durante a fertilização, o espermatozóide, que contém seu próprio conjunto de mitocôndrias, raramente contribui com sua carga genética mitocondrial para o embrião em desenvolvimento.
Assim, o mtDNA passado de geração em geração é derivado exclusivamente das mitocôndrias presentes no óvulo.
Qual a sua importância para o nosso organismo?
De acordo com a geneticista e bióloga molecular, Susana Massarani, o DNA mitocondrial transmitido pelas mães é fundamental para o bom funcionamento de todo nosso organismo.
As mitocôndrias, além de serem a usina de energia das nossas células, também participam do mecanismo de morte celular programada (apoptose), armazenamento de cálcio que tem inúmeras funções no corpo, termogênese é crucial para o metabolismo.
“O DNA mitocondrial desempenha importantes funções no nosso corpo, além de benefícios de pesquisa, como identificação da linhagem de um indivíduo, ele também é fundamental para o funcionamento adequado de todo o organismos e alterações no seu material pode levar a doenças muito graves como erros inatos do metabolismo, por exemplo”.
“Além disso, o estudo do mtDNA pode ajudar a diagnosticar preventivamente algumas doenças causadas por distúrbios mitocondriais, direcionando melhor o tratamento e aconselhamento genético dos pacientes e seus familiares” Explica Susana Massarani.