Nove pessoas são vítimas de balas perdidas no Rio, em quatro dias

Vista do P�de A�ar com a enseada de Botafogo © Tomaz Silva/Agência Brasil

A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou, em apenas quatro dias, nove casos de pessoas vítimas de balas perdidas. Três delas morreram e seis ficaram feridas.

O dado, mapeado pelo Instituto Fogo Cruzado, é do período entre 16 e 19 de março. Ao todo, o início de 2023 contabiliza 45 pessoas vítimas de balas perdidas no Grande Rio: entre as vítimas, 13 morreram e 32 ficaram feridas.

Em 2022, neste mesmo período do ano – entre 1º de janeiro e 19 de março –, 20 pessoas haviam sido vítimas das balas perdidas. Cinco morreram e 15 ficaram feridas.

A guerra pelo domínio das comunidades, principalmente das zonas norte e oeste da cidade, tem feito vítimas diárias no confronto entre os criminosos.

O tráfico de drogas, através da principal facção criminosa do Estado, vem tentando tomar as comunidades do Fubá, entre Cascadura e Campinho e da Praça Seca, também na zona norte, dominadas por grupo de milicianos.

O tráfico vem realizando ataques diários também nas comunidades da Gardênia Azul, Anil e Rio das Pedras, na zona oeste, também dominadas pela milícia, com a finalidade de expulsar os milicianos e impor suas regras.

Para dominar as comunidades, os traficantes contam com homens de várias comunidades para tomada do território. Gardênia Azul e Anil ficam perto da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, onde o tráfico usa como base a Cidade de Deus e traz de fora, homens fortemente armados, principalmente com fuzis, de regiões dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho.

A finalidade é tomar a comunidade e controlar a venda de botijões de gás, água mineral, sinal de TV a cabo e uma taxa do comércio para manter o funcionamento dos serviços esses explorados pela milícia.

Batalhões da PM

Para enfrentar a onda de violência, o governo do Estado iniciou um estudo para instalar novos batalhões da Polícia Militar nos bairros de Jacarepaguá, Copacabana e Méier e também no município de Nova Iguaçu, São Gonçalo e Região dos Lagos. O aumento da população dessas regiões.

Seis regiões do Estado deverão ganhar novos batalhões da Polícia Militar, reforçando a segurança nesses locais. O governador Cláudio Castro instituiu um grupo de trabalho para realizar estudos que serão utilizados no planejamento, distribuição e reengenharia do policiamento em Jacarepaguá, Copacabana, Méier, Nova Iguaçu, São Gonçalo e na Região dos Lagos.

O decreto que cria o grupo de trabalho para alterar as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) foi publicado no Diário Oficial no dia 16.

Cláudio Castro disse que vai “fazer um redesenho da distribuição do policiamento no estado por conta do aumento da população e das mudanças sociais e econômicas ocorridas nessas regiões ao longo dos anos. Aumentou o número de pessoas circulando nas ruas, aumentou a quantidade de comércios. A tendência é que o crime também se desloque para essas regiões. Então o estado tem que apresentar soluções que acompanhem essas mudanças”, afirmou.

O levantamento ainda está sendo feito, mas pelos indicadores demográficos já se sabe que em São Gonçalo e Jacarepaguá é necessário a construção de dois novos batalhões. Atualmente, o 7º batalhão da PM, em São Gonçalo, atende cerca de um milhão de pessoas.

Já o 18º batalhão, em Jacarepaguá, é responsável por patrulhar uma região imensa, da Praça Seca a Curicica, com cerca de 800 mil pessoas. A proposta é que o novo batalhão da região de Jacarepaguá fique na Praça Seca, onde são constantes os tiroteios.

Turismo

Com base em um estudo preliminar sobre os principais indicadores criminais registrados na orla de Copacabana, mais especificamente as avenidas Atlântica e Avenida Princesa Isabel, há uma proposta de deslocar o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), que atualmente funciona na Rua Figueiredo de Magalhães, para a orla.

O projeto prevê balcão de atendimento com policiais bilíngues, sala climatizada, acesso à internet, pontos de recarga de celulares, contatos com os principais hotéis e albergues nas proximidades e com consulados. A ideia é oferecer maior suporte, acolhimento e segurança aos turistas.

O grupo de trabalho criado pelo governador Cláudio Castro é presidido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e integrado por dois representantes das secretarias de Estado de Polícia Militar e de Polícia Civil. Em 60 dias deverão ser apresentados os resultados consolidados do trabalho.

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