O Hamas criticou duramente a mais recente proposta de trégua na Faixa de Gaza, que foi aceita por Israel. O grupo islâmico palestiniano qualificou essa proposta como “um golpe” contra os entendimentos prévios, mencionando que ela não inclui um cessar-fogo total nem a retirada das tropas israelitas do território. Segundo o Hamas, essa proposta representa uma violação dos acordos alcançados anteriormente, particularmente em referência à declaração feita pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, em 31 de maio, e à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovada em 11 de junho.
O Hamas acusou os Estados Unidos de cederem às novas condições impostas por Israel, que o grupo classifica como terroristas, sob a liderança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O movimento também classificou como “enganosas” as recentes declarações de Biden, nas quais o presidente americano sugeriu que o Hamas estaria recuando nas negociações de um acordo de cessar-fogo. O grupo reafirmou seu compromisso com a paz, alegando que está “ansioso” para encerrar o conflito, mas que a proposta atual não atende às suas demandas de um cessar-fogo completo e da retirada israelita.
Além disso, o Hamas denunciou que a aceitação da proposta de trégua por Israel, com o apoio dos EUA, seria uma “luz verde” para que o governo israelita continue a cometer crimes contra civis palestinianos. Isso, segundo o Hamas, legitima a continuidade das ações militares de Israel na Faixa de Gaza.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está atualmente no Egito tentando negociar a aprovação do Hamas ao plano de cessar-fogo. A proposta, que foi aceita por Netanyahu na segunda-feira, surgiu após reuniões entre Blinken e autoridades israelitas.
O conflito em Gaza se intensificou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 em solo israelita, que causou cerca de 1.200 mortes e resultou em mais de 200 pessoas feitas reféns. Como resposta, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que resultou em mais de 40 mil mortes, principalmente de civis, e desencadeou uma crise humanitária sem precedentes, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.