Nos últimos seis meses, as operações integradas entre o Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional de Foz do Iguaçu/PR (Vigiagro-Foz) e o Servicio Nacional de Calidad Y Sanidad Vegetal Y de Semillas (Senave), do Paraguai, impediram a entrada de 392 pragas vivas (insetos), evitando prejuízos à saúde e à produção agrícola brasileira. Esses insetos foram identificados em 294 importações. A maioria estava presente em cargas de arroz, milho, trigo e soja em grãos
Esse é o resultado de inspeções fitossanitárias conjuntas, realizadas na Área de Controle Integrado de Cidade do Leste/PY, nos últimos seis meses, e foram apresentadas hoje a servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Senave e de representantes dos recintos e empresas paraguaias, exportadores, transportadores, despachantes aduaneiros e importadores brasileiros, de forma virtual, organizado pelo Vigiagro de Foz do Iguaçu (PR)/Mapa.
O evento trouxe ainda a visão geral de como é feito esse processo de inspeção na fronteira dos dois países, desde a verificação das cargas até a estimativa de análises realizadas. O auditor fiscal federal agropecuário, Fernando Mendes, que atua diretamente na inspeção em Foz, destacou a importância do trabalho conjunto entre os dois órgãos de controle fitossanitário, para agilizar todo o processo de interceptação das pragas até a liberação das cargas. “Hoje, os protocolos são eletrônicos, assim como documentos, formulários e até atendimento, feito pelo whatsApp”, informou o auditor, que apresentou os principais números das inspeções realizadas de dezembro/20 a maio deste ano.
O auditor revelou que nesse período de seis meses as ações de controle e fiscalização resultaram em quatro interceptações de pragas quarentenárias ausentes no brasil, de três diferentes espécies. E chamou a atenção para as responsabilidades na interceptação de pragas pelo sistema Vigiagro, nas importações. “O grande número de interceptações denota a necessidade de um aperfeiçoamento na gestão do controle de pragas nos armazéns e silos dos exportadores, de modo a reduzir esse número de quase 400 pragas interceptadas em apenas seis meses de operação “, enfatizou Fernando.
Prejuízos
A importância do trabalho realizado em conjunto para evitar grandes prejuízos à produção agrícola também foi destacado pelo chefe do Vigiagro em Foz, Adinan Galina. “Nosso objetivo é evitar a introdução de pragas quarentenárias ao mesmo tempo que
garantimos o atendimento dos padrões de qualidade dos produtos vegetais que ingressam no país”, reforçou. Nesse processo, a apresentação também destacou a importância da análise fitossanitária laboratorial das amostras interceptadas, que em Foz são feitas pelo Laboratório Agronômica, o que acelera a liberação das cargas.
Segundo Fernando Mendes, a agilidade e eficiência que a operação tem alcançado só é possível graças a atuação conjunta e articulada entre os dois órgãos (Mapa e Senave-PY) e pela existência de apoio laboratorial da rede credenciada de defesa agropecuária na cidade de Foz do Iguaçu/PR. “Os caminhões são amostrados uma única vez, em conjunto entre as autoridades dos dois países, e então submetidos a inspeção de qualidade e fitossanitária. Com essa metodologia centenas de caminhões são fiscalizados e liberados no mesmo dia, reduzindo custos dos usuários e incrementando a competitividade desse ponto de fronteira”, explicou Fernando e destacou que todas as interceptações foram realizadas ainda em território paraguaio, eliminando o risco, antes mesmo do ingresso das cargas no Brasil. “Em termos sanitários é uma segurança adicional para o Brasil”, frisou o auditor.