Uma nova espécie de tardígrado, recém-descrita e batizada de Hypsibius henanensis, está fornecendo informações cruciais sobre os segredos que possibilitam a resistência extrema dessas pequenas criaturas à radiação. Conhecidos como “ursos d’água”, os tardígrados têm capacidade única de suportar radiação em níveis 1.000 vezes superiores à dose letal para humanos. O estudo, publicado na revista Science, identificou genes responsáveis pela proteção e reparo do DNA, revelando uma complexa resposta celular que fortalece a resistência do organismo.
Quando exposto a altas doses de radiação, o H. henanensis ativou milhares de genes envolvidos na imunidade e no reparo de DNA, incluindo o gene TRID1, crucial para a restauração de quebras de fita dupla no DNA. Também foi observado que esses tardígrados produzem antioxidantes específicos, como as betalaínas, que neutralizam compostos prejudiciais à célula.
Os cientistas esperam que esse conhecimento possa ser utilizado para ajudar na proteção contra radiação no espaço, em terapias contra o câncer e em tecnologias que prolonguem a estabilidade de medicamentos.