Ações da Eletrobras teve forte queda em janeiro

As ações da Eletrobras tiveram a maior queda em janeiro. É o que aponta levantamento realizado pelo Yubb (https://yubb.com.br/), maior buscador de investimentos do país. No ranking das 10 ações com pior desempenho durante o mês, a Eletrobras apareceu na liderança ocupando os dois primeiros lugares, com desvalorização de 22,32%, correspondente ao ticker ELET6, e de 21,76%, no ticker ELET3.

Confira o levantamento completo:

PosiçãoTickerEmpresaRentabilidade
1ELET6Eletrobras-22,32%
2ELET3Eletrobras-21,76%
3EZTC3Ezetc-14,50%
4CYRE3Cyrela Realt-13,06%
5CPLE6COPEL-12,89%
6BBAS3Banco do Brasil-12,73%
7SANB11Santander-12,42%
8IRBR3IRB Brasil-11,98%
9QUAL3Qualicorp-10,76%
10LCAM3Locamerica-10,75%

“Em janeiro, as ações da Eletrobras sofreram a consequência da instabilidade da companhia. Há a questão de sua privatização, que está esbarrando em diversas barreiras burocráticas. E essas dificuldades fizeram com que o então presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, renunciasse no fim do mês”, aponta Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.

Para Pascowitch, tanto a Eletrobras quanto o Banco do Brasil, em 6º lugar nas maiores quedas, sofreram bastante em janeiro em meio às ameaças de ingerência governamental, por serem empresas de capital misto. “O presidente do Banco do Brasil anunciou cortes para aumentar a eficiência do banco, e acabou voltando atrás. Na agenda de privatizações, Eletrobrás e Banco do Brasil eram as favoritas do mercado. Mas hoje, a sensação é que essas companhias não serão privatizadas, pelo menos até 2023”.  

Outra companhia com capital público que está no ranking de maiores quedas, a COPEL (Companhia Paranaense de Energia), em 5º lugar, sofreu consequências de ações governamentais. “O Governo do Paraná anunciou medidas de alteração de governança corporativa. Basicamente, visou reduzir a transparência e os direitos de investidores minoritários, e isso não foi bem visto no mercado”, pontua Bernardo.

Entre os setores, Eztec e Cyrela (3º e 4º lugar), no ramo de construção civil, sofreram com o aumento da adversidade, piora da economia brasileira e possibilidade de aumento das taxas de juros, principalmente a Selic. “Com juros mais altos e financiamentos mais caros, menos pessoas compram imóveis, prejudicando assim o setor imobiliário”, detalha o especialista em investimentos.⠀

Ações de grandes bancos também estiveram nas maiores quedas de janeiro: Banco do Brasil e Santander (6º e 7º lugar). “O cenário de deterioração fiscal e instabilidade na eleição dos presidentes da Câmara e do Senado acabou prejudicando a confiança dos investidores nas contas públicas do país. Com o descontrole fiscal, os bancos, grandes credores do governo, foram fortemente afetados. Mas esta situação tende a melhorar, agora que os novos representantes dos deputados e do Senado foram eleitos”.

Já nas maiores altas, a Intermédica liderou, com valorização de 20,63%. Confira:

PosiçãoTickerEmpresaRentabilidade
1GNDI3Intermédica20,63%
2HAPV3Hapvida12,52%
3WEGE3Weg10,63%
4BTOW3B2W8,87%
5KLBN11Klabin6,16%
6SUZB3Suzano6,00%
7RAIL3Rumo5,51%
8BRDT3Petrobras Distr.5,11%
9BRKM5Braskem2,76%
10CIEL3Cielo2,75%

“As duas maiores valorizações do mês não geraram surpresa: Intermédica e Hapvida anunciaram uma possível fusão em janeiro, o que criaria uma gigante da área de planos de saúde. O mercado gostou bastante e, durante vários pregões, as duas ações tiveram valorizações gigantescas. A operação ainda não foi aprovada pelos conselhos das companhias e precisará passar pelo CADE. Mesmo assim, foi suficiente para animar os investidores”, explica Bernardo.⠀

Em terceiro lugar, e uma das maiores altas de 2020, Weg recebeu algumas recomendações de compras por parte de analistas, além de se beneficiar da alta do dólar em razão de possuir parte de suas receitas dolarizadas. Alguns contratos assinados no mês também animaram os investidores.⠀

“Já em em quarto lugar, a B2W se destacou com alguns movimentos de atualização da empresa: após parte do mercado entender que ela estaria ficando para trás em comparação com outros grandes varejistas, como Magazine Luiza, Via Varejo, Mercado Livre e Amazon, a companhia buscou se modernizar e inovar em gestão e em processos no último mês. Vale destacar que receios em relação às vacinas e possíveis extensões das quarentenas acabam beneficiando as varejistas online, razão pela qual Magazine Luiza também aparece na lista das maiores altas”.⠀

Na análise por setores, Klabin e Suzano foram beneficiados pela alta do dólar e também por reajustes no preço da celulose no mercado chinês.⠀

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