A economia brasileira retraiu 4% em 2020, na comparação com o ano anterior. Os dados do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) foram divulgados na última sexta-feira (19) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Sob a ótica da produção, o resultado mostra que, dos três grandes setores de atividade, apenas a agropecuária fechou o ano em alta de 2%, enquanto indústria e serviços recuaram. Já no lado da demanda, houve retração em todos os componentes, com destaque para o consumo das famílias, que despencou 5,2%.
Na análise do trimestre encerrado em dezembro, o PIB apresentou crescimento de 3,4% em relação ao período anterior. O coordenador do Monitor do PIB da FGV, Claudio Considera, explicou que embora a atividade econômica tenha acelerado no final do ano, os resultados não foram suficientes para compensar as perdas, especialmente no segundo trimestre. O cenário para 2021, segundo ele, será de desafios.
Na passagem de novembro para dezembro, o PIB apresentou crescimento de 1%. Frente a dezembro de 2019, a alta foi 1,4% – primeiro resultado positivo após nove meses consecutivos de quedas. Na análise interanual, o setor de serviços se destacou com a maior queda dentre os componentes do consumo, pressionado pelos efeitos da pandemia. Segundo a FGV, o resultado se deve, principalmente, às retrações no consumo de alojamento, alimentação, saúde privada e serviços gerais prestados às famílias.
Entre os bens de consumo, o destaque foi o desempenho positivo dos produtos duráveis, com alta de 10,2% em dezembro. A formação bruta de capital fixo, que indica a capacidade de investimento das empresas, recuou 2,9% em 2020, puxada pelo componente máquinas e equipamentos. As exportações fecharam o ano em queda de 1,9%, assim como as importações, que retraíram 10,3%.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia, a partir da mesma metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das contas nacionais.