Nesta quinta-feira (1º), uma grande reunião de agricultores ocorreu em frente ao Parlamento Europeu, para solicitar aos dirigentes do bloco europeu a implementação de políticas de apoio ao setor agrícola.
Os protestos dos produtores rurais ganharam força em várias partes do continente. Em Bruxelas, capital da Bélgica e sede da União Europeia, os protestantes provocaram incêndios em vias públicas, danificaram monumentos e lançaram objetos contra a polícia, que reagiu com canhões de água. Os manifestantes, auxiliados por centenas de tratores, efetuaram bloqueios em várias ruas da cidade, ação replicada em nações como Grécia, Portugal e Itália.
Um produtor espanhol expressou a urgência em cessar o que descreveu como uma avalanche de novas leis e regulamentações provenientes da Comissão Europeia.
Os agricultores estão pressionando por uma diminuição das cargas tributárias no setor, argumentando contra a concorrência de mercados externos e o incremento nos custos de produção, destacando-se o aumento nos preços dos combustíveis.
Na França, o país com a maior produção agrícola do bloco, as principais organizações sindicais decidiram parar os bloqueios de vias e rodovias. Tal medida foi adotada após o anúncio pelo governo francês de novas políticas de incentivo ao setor agrícola.
“Vamos declarar a agricultura como um interesse nacional primordial no Código Rural”, anunciou o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, assegurando a proteção dos produtores rurais frente a concorrências consideradas desleais, com especial atenção ao Mercosul.
“A França não concordará com este tratado. Esta posição é clara, definitiva e resoluta”, afirmou Attal. Paralelamente às manifestações que se alastravam pelo continente, ocorreu uma reunião de líderes europeus em Bruxelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, comprometeu-se a simplificar a burocracia no setor agrícola para reduzir os custos de produção, encontrando-se com representantes dos agricultores juntamente com os primeiros-ministros da Bélgica e dos Países Baixos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou suas críticas ao Mercosul, considerando o acordo desatualizado e baseado em um modelo econômico dos anos 90, e celebrou o sucesso em bloquear o progresso das negociações. “Levantamos nossa voz e apontamos as discrepâncias”, declarou o presidente Macron.