A empresa chinesa BetaVolt desenvolveu uma “bateria nuclear” com a promessa de acabar com a necessidade de carregar o celular diariamente. Denominada BV100, essa bateria tem o tamanho de uma moeda e é projetada para ter uma vida útil de até 50 anos, baseando-se na energia atômica.
Embora impressionante e funcional, a BV100 ainda não deve aparecer em smartphones convencionais tão cedo, se é que algum dia isso acontecerá. Isso se deve principalmente às limitações físicas, que tornam a inserção dessa tecnologia em dispositivos leves e portáteis como celulares uma tarefa desafiadora, senão impossível.
A bateria nuclear opera de maneira diferente das baterias tradicionais, como as de íons de lítio encontradas em celulares, notebooks e carros elétricos. Enquanto essas últimas têm sua vida útil medida em ciclos de carga e descarga, a BV100 funciona através de um processo único chamado geração betavoltaica, utilizando materiais radioativos, como o níquel-63, para gerar eletricidade.
O níquel-63 é um isótopo radioativo do níquel-58, que, ao passar por um processo de decaimento nuclear, produz energia na forma de partículas beta. A BV100 é composta por camadas de níquel-63 e placas de diamante, funcionando como semicondutores. Essa composição permite que a bateria gere energia elétrica de forma contínua ao longo do tempo.
Embora a BV100 possua uma vida útil excepcionalmente longa e seja capaz de gerar energia de forma constante, sua aplicação em dispositivos como celulares ainda é um desafio devido às suas características físicas e requisitos de energia. Para alimentar um celular, por exemplo, seria necessário uma quantidade significativa de níquel-63, muito além do que é prático ou viável para dispositivos portáteis.
Apesar dessas limitações, a tecnologia da BV100 possui potencial para ser utilizada em outros setores, como na indústria aeroespacial, médica e em sensores inteligentes. Sua capacidade de fornecer energia por longos períodos com baixa manutenção a torna uma opção atraente para aplicações que demandam alta confiabilidade e durabilidade.
Portanto, embora a BV100 possa não ser adequada para alimentar celulares, ela representa um avanço significativo no desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia e tem o potencial de impactar positivamente uma variedade de setores industriais no futuro.