Órgãos e tecidos de vítimas da covid-19 não podem ser doados. O alerta é da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O vice-presidente da entidade, o infectologista Gustavo Ferreira, explica que como o vírus é novo ainda não é possível saber se órgão transplantado vai oferecer risco ao paciente que vai receber o novo tecido.
A discussão sobre doação de órgãos veio à tona após a morte cerebral do senador Major Olímpio. Além da covid, outros exames de sorologia são feitos na pessoa que morreu, como de HIV e hepatite.
A pandemia impactou no número de doações de órgãos no Brasil, um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos revela que, apesar de a queda nas taxas de doação e de transplante de órgãos com doador falecido não terem sido tão grandes como se temia, muitos dos transplantes que não são urgentes foram suspensos na maioria dos estados, devido às medidas de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.
Essa suspensão foi mais acentuada nos transplantes de córneas e rim com doador vivo. O infectologista Gustavo Ferreira explica que as orientações para outros casos seguem as mesmas.
Caso a pessoa queira fazer a doação, hoje não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório, nem mesmo em testamento. Basta apenas informar seu desejo aos seus familiares. Logo após a declaração da morte, a família é informada quanto à possibilidade de doação de seus órgãos e/ou tecidos. Caso concordem, os familiares serão convidados a assinar os documentos necessários.
Fonte: Agência Brasil