O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato. O pedido foi protocolado na última terça, logo após a anulação dos processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na discussão sobre a parcialidade do magistrado ao julgar este caso.
A defesa do ex-deputado alega que mensagens apreendidas na Operação Spoofing e tornadas públicas demonstram suposto conluio de Moro e a força-tarefa da Lava Jato contra ele. Os advogados de Cunha alegam que o caso é o ‘maior escândalo do Judiciário brasileiro’ e um ‘escárnio sem precedentes’.
O foco dos defensores de Cunha é a ação penal sobre a suposta corrupção na aquisição de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras. O ex-presidente da Câmara também foi denunciado por lavagem de dinheiro por manter valores em uma conta bancária na Suíça.
A defesa alega que em uma das conversas de Sérgio Moro fica demonstrado que o então juiz sabia que a força-tarefa denunciaria o então presidente da Câmara, o que, no entendimento dos advogados, suscita uma proximidade indevida entre o magistrado e os procuradores.
Cunha foi condenado a 14 anos e cinco meses de reclusão e fixou uma prisão preventiva, que foi substituída por domiciliar no ano passado.